16.9.13

Certos dramas, não valem mesmo a cena...

2.7.13

7.6.13

Temos de pensar no que nos deixa feliz, em quem nos deixa feliz, em quem torna momentos felizes em muito felizes...

E às vezes não temos de procurar. O melhor mesmo é encontrarmo-nos e percebermos o que valemos. Perceber que somos a pessoa que mais nos pode valorizar :)

Boa noite xxxx

10.5.13

De dia tudo fica mais claro, mais calmo. Ainda bem.

Uma das cartas a Ofélia:




                                                                                                     19.3.1920
                                                                                    às 4 da madrugada
Meu amorzinho, meu Bebé querido:
São cerca de 4 horas da madrugada e acabo, apesar de ter todo o corpo dorido e a pedir repouso, de desistir definitivamente de dormir. Há três noites que isto me acontece, mas a noite de hoje, então, foi das mais horríveis que tenho passado em minha vida. Felizmente para ti, amorzinho, não podes imaginar. Não era só a angina, com a obrigação estúpida de cuspir de dois em dois minutos, que me tirava o sono. É que, sem ter febre, eu tinha delírio, sentia-me endoidecer, tinha vontade de gritar, de gemer em voz alta, de mil coisas disparatadas. E tudo isto não só por influência directa do mal-estar que vem da doença, mas porque estive todo o dia de ontem arreliado com coisas, que se estão atrasando, relativas à vinda da minha família, e ainda por cima recebi, por intermédio de meu primo, que aqui veio às 7 1/2, uma série de notícias desagradáveis, que não vale a pena contar aqui, pois, felizmente, meu amor, te não dizem de modo algum respeito.
Depois, estar doente exactamente numa ocasião em que tenho tanta coisa urgente a fazer, tanta coisa que não posso delegar em outras pessoas.
Vês, meu Bebé adorado, qual o estado de espírito em que tenho vivido estes dias, estes dois últimos dias sobretudo? E não imaginas as saudades doidas, as saudades constantes que de ti tenho tido. Cada vez a tua ausência, ainda que seja só de um dia para o outro, me abate; quanto mais não havia eu de sentir o não te ver, meu amor, há quase três dias!
Diz-me uma coisa, amorzinho: Porque é que te mostras tão abatida e tão profundamente triste na tua segunda carta — a que mandaste ontem pelo Osório? Compreendo que estivesses também com saudades; mas tu mostras-te de um nervosismo, de uma tristeza, de um abatimento tais, que me doeu imenso ler a tua cartinha e ver o que sofrias. O que te aconteceu, amor, além de estarmos separados? Houve qualquer coisa pior que te acontecesse? Porque falas num tom tão desesperado do meu amor, como que duvidando dele, quando não tens para isso razão nenhuma?
Estou inteiramente só — pode dizer-se; pois aqui a gente da casa, que realmente me tem tratado muito bem, é em todo o caso de cerimónia, e só me vem trazer caldo, leite ou qualquer remédio durante o dia; não me faz, nem era de esperar, companhia nenhuma. E então a esta hora da noite parece-me que estou num deserto; estou com sede e não tenho quem me dê qualquer coisa a tomar; estou meio-doido com o isolamento em que me sinto e nem tenho quem ao menos vele um pouco aqui enquanto eu tentasse dormir.
Estou cheio de frio, vou estender-me na cama para fingir que repouso. Não sei quando te mandarei esta carta ou se acrescentarei ainda mais alguma coisa.
Ai, meu amor, meu Bebé, minha bonequinha, quem te tivesse aqui! Muitos, muitos, muitos, muitos, muitos beijos do teu, sempre teu
                                                                                                              Fernando

6.5.13

Está a chegar a altura de pensar em mim.

1.5.13

Detesto que me mintam.
Quem mente esconde.
Detesto que me escondam coisas.
Detesto que me desiludam.
Cada vez que me desiludem, que me mentem, morre um bocadinho da consideração, do amor, da vontade, da compreensão, da paciência.
Não devia ser assim, ou, talvez, eu não deveria ser assim.
Mas é inevitável.
Quando esperamos qualquer coisa de alguém, quando confiamos, quando há expectativas elevadas, estamos sujeitos a todo o tipo de situações.

As pessoas esquecem-se de dar, só sabem pedir (contra mim falo). Mas chega uma altura em que a 'balança' já não está  nada equilibrada. E quando se sente que se dá mais, se espera mais, do que se recebe e do que sente de volta é como estar à beira de um precipício e não saber se saltamos, ou se recuamos e tentamos, mais uma vez. Porque achamos sempre que vale a pena. Que as pequenas coisas se esquecem, passam. Que não são nada.
Mas eu não sou assim.
Não consigo esquecer quando me magoam. Perdoo, engulo seco, mas não esqueço.
Porque as coisas pequenas, que nos passam, mais tarde encaixam, fazem sentido. E temos todo o direito de duvidar, até de nós. Se somos felizes? Se há outra maneira que nos torne mais completos, mais tranquilos.

Só sei que desilusões não quero. Para as ter, tenho-as por mim própria, não preciso de interferência.

30.1.13