Hoje dei comigo a arrumar o quarto! Atenção que não é um quarto qualquer… é o MEU quarto! (Já que andamos com aquela brincadeira dos iogurtes, “M de Magro, M de Meu”, o quarto em questão é M de Meu , somente (!), como se não fosse suficiente… pronto, é que Desarrumado e Doentio não começam propriamente por M)
Parênteses à parte, no meio da selva das minhas gavetas encontrei pequenos tesourinhos, dignos da rubrica dos Gato Fedorento, isto se eles e os restantes não sei quantos portugueses soubessem quem eu sou! Resumindo um pouquinho, eram fotos, pulseiras, recortes, posters (!), postais, bilhetes de comboio (?), cartões de aniversário, batons, óculos de mergulho (?) (…) e o que eu mais temia, um DIÁRIO!!
Sabem o que é encontrar um diário de quando se tem uns… vejamos… 12 anos? Melhor, sabem o que é ler um diário de quando se tem 12 anos? Se sabem, obrigada pela solidariedade que devem estar a ter para comigo neste momento, se não, obrigada na mesma.
Comecei por ler a primeira frase (que espanto! Se fosse a segunda e que era estranho, não Andreia?) e quase desisti. Tive medo de me sentir ridícula… mas isto é que é ridículo! Mais simples e directo é explicar já porque é que me surpreendi.
Li a primeira frase, a primeira página, li tudo! E no fim só consegui sorrir! É engraçado perceber como as minhas preocupações, revoltas e desejos mudaram. Como tudo parecia tão maior e fascinante. Eu escrevia sobre comer gelados, sobre as minhas notas, sobre o corte de cabelo da estúpida X, sobre o rapaz Y, sobre dar a mãozita ao meu namoradinho do colégio… Hoje não tenho um diário com que possa propriamente comparar. Tenho o blogue, mas não escrevo assim tão assiduamente, nem posso compara-lo a um diário, até porque por muito que tente não falo de tudo aqui… E já voltou o “politicamente correcto” que não me assombrava quando tinha 12 anos. Mesmo que hoje tivesse um diário seria muitos dos outros a falar, ou melhor, escrever, não seria só eu, por muito que tentasse.
E não, não arrumei o quarto porque entretanto tive que escrever isto.
Não sei quem me ofereceu o diário mas, obrigada!
Um abraço do tamanho do Mundo!
P.s. A Adagio pagou pela publicidade aos iogurtes!